A Extraordinária Ebony

Ebony vive um novo capítulo em sua trajetória artística. Incomparável, a rapper está longe de qualquer paralelo — não há ninguém como ela. Ebony não divide prateleira com outros nomes do rap: ela transcende qualquer tentativa de segmentar seu talento. A artista, que iniciou sua caminhada escrevendo poemas, hoje desponta como um dos nomes mais promissores da cena musical brasileira. Destemida, transforma sua obra em um reflexo honesto e potente das vivências que construiu na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

Diferentemente dos trabalhos anteriores, seu novo álbum, “KM2“, apresenta uma sonoridade própria: abraça a complexidade, recusa o raso e o previsível. É intenso e real! Com uma mente brilhante, Ebony não passa despercebida — domina a cena, ocupa o espaço e mira em si mesma antes de disparar seus versos.

FEATURE INTERVIEW:

Quando você escreveu sua primeira música? O que motivou esse momento e como foi a experiência de compor pela primeira vez?

Nossa! Acho que a primeira vez que escrevi uma música foi quando escrevi meus primeiros poemas, porque grande parte das minhas músicas são escritas como poemas, né? As letras muitas vezes vêm soltas, não necessariamente criadas em cima de um beat. Pensando assim, nesse lugar de poema rimado e cantado, acho que com uns 12, 13 anos eu fiz minha primeira música.

KM2 é um trabalho profundamente pessoal e, ao mesmo tempo, um retrato potente de uma comunidade. Como é sua relação hoje com a Baixada Fluminense? De que forma esse lugar ainda atravessa sua vida e sua arte?

Eu acredito que sou parte da Baixada tanto quanto a Baixada é parte de mim, sabe? Porque, tipo, eu posso estar aqui — que nem agora, tô em Nova York — tendo outra vivência, outra realidade, outro acesso, e meu coração tá lá em Queimados. Tá com a minha família, tá pensando se tá tudo bem lá, se eles estão seguros, sabe? Porque, muitas vezes, é sobre segurança, sabe? Então isso sempre vai me atravessar nesse lugar, entendeu? Sempre vai ser um problema meu. Os problemas da Baixada e de Queimados sempre serão problemas meus. Eu vejo assim.

 

Ser uma mulher livre, que fala o que pensa sem medo, ainda é um tabu para muitas. Você se enxerga como uma inspiração nesse sentido? Sente que existe essa responsabilidade?

Eu me enxergo como uma inspiração, não porque eu me declaro assim, mas porque muitas meninas, principalmente outras rappers — que também têm essa potência de ser uma mulher que fala — me agradecem, me contemplam. E eu sou muito, muito grata por isso. Por cada uma, não só das rappers, mas cada uma das meninas e pessoas, de forma geral, que se sentem inspiradas com a minha forma de ver o mundo.

Seu trabalho ultrapassou fronteiras e conquistou um público diverso. Basta digitar seu nome no TikTok para perceber que “Kia”, sua nova música, já é um hit, com vídeos criados por mulheres e homens de todas as idades e regiões. Você esperava todo esse sucesso?

Olha, é muito pretensioso falar que eu esperava, sabe? Porque não é sobre esperar, mas eu gosto de acreditar que eu estava pronta, que eu estou pronta, sabe? Então não é uma surpresa quando dá certo, porque eu coloco muito esforço na minha arte. Foram dois anos de estúdio, então, quando vejo dar certo, não é o esperado, mas, no meu coração, em algum lugar, faz sentido, sabe? É como se Deus dissesse pra mim, confirmasse pra mim que é o meu destino e o meu propósito. Entende?

 

Quais músicas nunca ficam de fora das suas playlists, aquelas que te acompanham em qualquer ocasião?

Cara, eu tenho ouvido muito minha música Hong He, tenho ouvido muito Bad Bunny, muitas coisas russas… Ah, e um grupo chamado Thievery Corporation. Tenho ouvido muito esse grupo.

Tem alguma coisa que você gosta de fazer, mas que quase ninguém sabe?

Toco flauta e ouço música clássica.

TEAM CREDITS:

Editor-in-Chief: Prince Chenoa

Brazil Editor & Creative Director: Leonardo Loreto (@leonardoloreto)

Writer: Gillian Caetano (@gilliancaetano) , (@gcaetanocomunicacao)

Feature Editor: Taylor Winter Wilson (@taylorwinter)

Photographer: Mateus Aguiar (@mateusaguiar)

Assistant Photographer: Diego Rodrigues (@diegorodriguesph)

Cover Art Design: Carlos Graciano (@sadpapi666)

Photo Retoucher: Edson Bailey (@edsonbailey)

Videographer: Acid (@acid.vk)

Production Director: Eloá Souto (@souto_eloa)

Executive Producer: Pamella Campos (@pamelorrana)

Hair Stylist: Sttefone (@sttefone)

Makeup Artist: Edu Castro (@edu333)

Wardrobe Director: Leonardo Portilho (@portilhol)

Wardrobe Production: Manuela Toledo (@manu.toledo)

Brands: Jean Paul Gaultier (@jeanpaulgaultier) , Christian Louboutin (@christianlouboutin) , ETNIK KONCEPT  (@etnikoncept) , YAR Atelier (@yar.atelier) , Carlos Penna (@carlospenna.design) , Hering Oficial (@hering_oficia) , Victoria’s Secret (@victoriassecret) , Brabo.Br (@brabo.br) , Au Bottier (@aubottier) , Guilherme Sartori (@guissartori) , Ofe (@ofegallery) , Arezzo (@arezzo) , Pucci (@emiliopucci) , Penha Maia (@penhamaia) , Hector Albertazzi (@hectoralbertazzi)

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